*Imagem das Mulheres da Fábrica têxtil Triangle Shirtwaist em Nova York, em 1911.
Há mais de um século, 8 de março é considerado o ”dia da mulher”. E todos os anos, invariavelmente no início de março, “chovem” menções à data, à importância “dela” nas diversas funções e tarefas que exerce em casa, no trabalho, na vida pública, religiosa, na militância…
Quando se comemora uma data, a intenção é rememorar, trazer à memória fatos passados e que possibilitaram significativas mudanças de comportamento ou entendimento da realidade. Pois bem, o incêndio em uma indústria têxtil de Nova York, acabou por se transformar numa data símbolo de luta porque escancarou a opressão e a desigualdade a que as mulheres eram (e são!) submetidas.
Acreditam alguns, que aprendemos história para não cometer os mesmos erros do passado, o que tem se mostrado um grande engano. Deveriam ter bastado aquelas mortes!
Só que não!!!
Cai bem a qualquer comemoração: fogos, festas, brindes e muita alegria. Nossa comemoração, no entanto, é pra não deixar no esquecimento as dores sofridas por todas as mulheres, “desde os tempos de antanho”, diria papai. Nossa comemoração é também para lembrar e manter firme a energia necessária para a luta na superação dos preconceitos que ainda se fazem tão presentes nas nossas vidas. Então, fazemos vídeos de denúncia, esperando que viralizem, ocupamos praças com os números da violência contra a mulher, e nos encontramos e solidarizamos em abraços de “eu sei exatamente o que você está sentindo”.
Lembramos, com firmeza e amorosidade, que “apesar de você, amanhã há de ser outro dia”, como já anunciava Chico Buarque há décadas… E que, apesar de todos os discursos e boas intenções, ainda há muito silêncio e medo nos olhos e corações… E é por isso que estamos, todos os dias, reinventando formas de existir e resistir.
Quem está conosco?
Marta Regina Heinzelmann
Professora, historiadora e membro do Conselho Fiscal do SINPRONORTE
08/03/18
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