A segunda rodada da negociação salarial entre os donos de estabelecimentos de ensino (SINEPE) e representantes dos trabalhadores foi marcada pela ausência de avanços nos itens reivindicados. Nem o reajuste salarial de acordo com a inflação do período (7,68%) foi possível definir. As escolas se mostram intransigentes em relação a ganhos reais de salário. O debate sobre o reajuste dos pisos salariais também não evoluiu neste segundo encontro realizado dia 12 de março.
A reunião terminou com o compromisso dos donos escolas se reunirem e conversarem sobre quatro itens específicos: reajuste mínimo de 7,68%; isonomia salarial no piso da educação infantil; reajuste do piso salarial de administrativos; e reajuste diferenciado no piso do ensino superior. O restante da pauta como vale alimentação, hora-atividade e adicional por titulação acadêmica seguem sem o mínimo de avanço. A próxima rodada será dia 20 de março.
Mensalidades acima. Salários abaixo.
Mesmo com um aumento médio de 9,3% nas mensalidades (região do Sinpronorte), as escolas dificultam um reajuste com ganho real. A importância da convenção coletiva é a obrigatoriedade de que o definido seja o mínimo aplicado em todas as instituições. Algumas escolas de Joinville e região até já concederam reajustes próximos a 10%, mas é preciso que isso seja universal. Os dados do cenário da educação em Santa Catarina mostram que o estado passa longe de uma crise neste setor. Historicamente, a educação tem recebido os menores reajustes quando comparados a outras categorias, como mecânicos e servidores públicos.
Educação infantil refém do mercado
Em uma fala muito infeliz, o representante dos donos de escolas coloca a responsabilidade dos baixos salários (piso) no mercado. Segundo ele, enquanto não tiver falta de profissionais para as vagas de educação infantil, significa que os salários pagos são suficientes. Ele fez a mesma referência quando comentado sobre o piso dos auxiliares administrativos.
Piso ensino superior
O reajuste do piso salarial do ensino superior tem grande chance de ter ganho real. A entidade patronal está oferecendo 10% de reajuste para este piso. Neste caso, o motivo é o interesse das instituições de ensino superior em evitar que grandes grupos empresariais de ensino cheguem ao estado e se aproveitem de baixos salários para oferecer mensalidades baixíssimas. Nos últimos anos tem aumentando a quantidade de cursos superiores oferecidos com baixas mensalidades. Isso é possível, em grande parte, pela possibilidade de pagamento de salários muito abaixo da média do mercado.
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