México: repressão brutal ao movimento dos professores com seis mortos

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No dia 19 de junho, a polícia mexicana interveio para limpar uma estrada bloqueada na cidade de Nochixtlan. A brutal repressão deixou seis pessoas mortas e dezenas de outras feridas, bem como pelo menos 21 presas. O bloqueio tinha sido organizado pelos professores com o apoio das comunidades locais a fim de evitar que a Polícia Federal chegasse à capital de Oaxaca, onde os professores em greve tinham levantado um acampamento.

É este o mais recente exemplo da repressão brutal do governo mexicano contra o prolongado movimento dos professores que lutam contra uma contrarreforma educacional que eles rejeitam. Milhares de professores foram demitidos de seus empregos por se recusarem a realizar os testes de aprovação que fazem parte da “reforma” educacional, centenas foram presos incluindo muitos dos líderes do sindicato dos professores democráticos, o CNTE.

A “reforma” educacional é parte fundamental da estratégia do governo do presidente mexicano Peña Nieto por duas razões: a primeira, sua execução destruiria efetivamente a educação como um direito a ser garantido pelo estado, abrindo a porta à privatização; a segunda, a reforma também está destinada a destruir o poder do militante sindicato CNTE.

O que testemunhamos em 19 de junho em Nochixtlan foram cenas de guerra civil. Por um lado, a comunidade local, armada de paus e pedras, construindo barricadas de bloqueio na estrada principal Puebla-Oaxaca, para impedir a chegada das forças da repressão à capital do estado. Bloquearam a estrada durante uma semana. Por outro lado, a Polícia Federal usando de todos os meios a sua disposição para removê-las: gás lacrimogêneo, balas de borracha, helicópteros e, de acordo com testemunhas locais, também munição letal.

Os confrontos se prolongaram por mais de 7 horas. Enquanto isto, a polícia impediu que as ambulâncias chegassem ao local e, quando a comunidade local conseguiu levar alguns de seus feridos ao hospital local, a polícia impediu que eles fossem atendidos.

O que vemos no México é um governo que está decidido a realizar um programa de cortes e contrarreformas usando toda a violência e repressão necessárias para levá-lo à frente. O governo, contudo, está extremamente desacreditado e teve que enfrentar uma série de movimentos de massa, incluindo o movimento por justiça para os 43 estudantes de Ayotzinapa desaparecidos à força há aproximadamente dois anos.


Com informações do site Marxist.com.

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