Reportagem feita pelo Valor Econômico levantou dados sobre as negociações salariais já fechadas no primeiro trimestre de 2015. O clima anunciado é de crise econômica, mas as negociações seguiram o ritmo de 2014 e fecharam com ganho real – reajuste acima da inflação. Os ganhos não chegam ao nível do ano passado, mas garantem que não haja perda salarial.
Categoria | Cidade | Ganho real 2014 | Ganho real 2015 |
Mobiliários | Bento Gonçalves (RS) | 7,13% | 1,9% |
Metalúrgicos | Criciúma (SC) | 4,2% | 1,2% |
Limpeza/Garis | São Paulo/ABC (SP) | 4,61% | 1,82% |
Calçadistas | Franca (SP) | 2,7% | 1,03% |
Vigilância | Rio Grande do Sul | 3% | 0,03% |
Metalúrgicos | Jaraguá do Sul (SC) | 1,4% | 1,2% |
Enquanto isso ensino privado faz jogo duro
Os dados nacionais mostram que o reajuste com ganho real é possível. Por outro lado, em Santa Catarina as escolas particulares se negam a conceder um centavo além da inflação (7,68%). Diante desses dados, o Sinpronorte reforça sua posição de não fechar negociação com perdas para os trabalhadores. Além das cláusulas econômicas é preciso avançar nas cláusulas sociais.
O que dizem os analistas
Apesar dos sinais ruins, José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), diz ser difícil arriscar previsões para o comportamento das negociações em 2015. A inflação alta, acima de 7% no acumulado em 12 meses, corrói os ganhos reais das categorias, afirma, mas o cenário geral ainda é de muita incerteza. “O imbróglio se dá na dimensão política e econômica”, pondera, lembrando que, mesmo com a alta de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, os acordos conseguiram ganhos ainda superiores aos de 2013, de 1,39% em termos reais.
Segundo o Dieese, todos os acordos fechados no primeiro semestre de 2014 no Rio Grande do Sul tiveram aumentos acima do INPC acumulado nos 12 meses anteriores. Em Santa Catarina, o percentual chegou a 90%. Agora, as medidas de ajuste do governo, incluindo a redução da desoneração da folha de pagamentos, e a insegurança política são “complicadores”, admite o supervisor técnico do escritório gaúcho da entidade, Ricardo Franzoi.
Em Santa Catarina, o supervisor técnico José Álvaro Cardoso entende que os empresários estão contaminados pelo “pessimismo construído pela mídia e pela oposição”. Conforme Cardoso, o dado positivo é que o mercado de trabalho no Estado ainda não reflete o tamanho do pessimismo. Segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), no acumulado de 12 meses até fevereiro houve alta 1,55% no nível de emprego em Santa Catarina, com a geração de 31,5 mil novas vagas.
Com informações de Valor Econômico.
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